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A tomada de três pinos, agrotóxicos e desmatamento


Se você acha que a nossa tomada de três pinos, aquela que impede qualquer aparelho fabricado fora do Brasil possa ser ligado aqui e vice-versa, é a nossa única bizarrice, eu lamento informar, mas existem muitas outras por aí atrasando a nossa vida. O caso dos Agrotóxicos é uma outra tomada de três pinos. No mundo todo existe um padrão de classificação de agrotóxicos em razão da sua letalidade e perigo de manuseio. O Brasil ao invés de adotar o padrão mundial de classificação, criou uma forma própria de classificar esses produtos. Esse padrão tupiniquim de classificação gera a maior confusão na hora da importação e autorização de uso no Brasil, isso porque a classificação obtida na origem não é compatível com aquela adotada no Brasil. Para cada novo produto que chega ao país existe uma enorme celeuma em torno da sua tipificação, gerando um inferno burocrático para qualquer liberação, deixando o setor agrícola refém de barreiras burocráticas inúteis e dispendiosas. O Governo, nos últimos dias perdeu a paciência e impôs a adoção do critério internacional de classificação com o fim de simplificar e agilizar o processo de licenciamento. A mídia bateu bumbo contra a medida, mas ela está em vigor. O Capitão Bolsonaro pode não ser muito elegante, mas sabe que atrás de toda dificuldade burocrática existe alguém vendendo facilidades. A mídia bateu bumbo contra, sempre desinformando mais do que informando, mas felizmente temos uma tomada de três pinos a menos para nos atazanar. A desinformação no que se refere aos agrotóxicos está produzindo uma neura que se alastra em função de uma mídia irresponsável que tenta grudar no governo a pecha de “Amigo do Veneno”. O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, com altíssima produtividade por área plantada. Obviamente, somos grandes consumidores de agrotóxicos. Da mesma forma que somos infectados por vírus e bactérias e necessitamos de antibióticos para combatê-los, as pragas agrícolas têm de ser combatidas pelos agrotóxicos. Da mesma forma que precisamos de antibióticos cada vez mais fortes, pois as bactérias vão ficando mais resistentes, na agricultura também tem de se adotar novos produtos constantemente, porque as pragas também ficam cada vez mais resistentes. Aí, quando o Governo libera a importação de novos agrotóxicos a imprensa trata isso como se o Governo tivesse empenhado em envenenar a população em prol do lucro dos agricultores. E ainda falam que a alternativa é a produção orgânica, infelizmente essa modalidade tem baixa produtividade, ainda não se mostrou viável em grande escala e, por consequência, produz produtos a preços muito mais altos do que a produção convencional. Os agrotóxicos, no Brasil, só podem ser vendidos mediante prescrição de profissionais habilitados que praticam procedimentos de uso compatíveis com as normas internacionais, se assim não fosse, ninguém compraria os nossos produtos como faze o mundo inteiro. Mas a mídia brasileira comprou e divulga a narrativa de que a esquerda é contra o veneno a favor da saúde do povo e o Governo é a favor do veneno em prol do lucro dos agricultores. Meus prezados, sem os venenos não temos produção, temos alta de preços e fome. Mas é aquela coisa, tem gente que não está vacinando os filhos porque acha que faz mal e outros acham que a terra é plana. Deixando os agrotóxicos de lado, a outra tomada de três pinos no Brasil é a questão do desmatamento. No nosso país existe um código florestal, que regula o que pode ser desmatado e o que tem de ser preservado em cada propriedade rural, de acordo com as características de cada região. De tal sorte que, um fazendeiro pode, no limite da lei, desmatar sua propriedade para aumentar a sua área de cultivo ou de criação de gado é o que se denomina de desmatamento legal. O Brasil é o maior produtor de alimentos do mundo, não é uma reserva florestal do mundo. A produção agrícola e sua área de cultivo possui regulação legal e monitoramento institucional, respeitado e acatado pelo resto do mundo. Ao lado das áreas de produção agrícola, existem áreas protegidas, na forma de reservas públicas ou privadas, nessas áreas qualquer desmatamento é crime e é monitorado pelo Governo, via seus órgãos competentes. Para esse trabalho de monitoramento global foi existe o INPE, Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, que mede a evolução do desmatamento no Brasil. Acontece que esse Instituto, ao divulgar os dados do desmatamento, não separa o desmatamento legal, oriundo do crescimento da área agricultável daquele desmatamento criminoso feito nas reservas e áreas de conservação. A cada índice de desmatamento divulgado ficamos com a sensação que existe um exército com motosserras destruindo a nossa biodiversidade. O Governo, cansado de ser cobrado no exterior, pela devastação sempre anunciada, resolveu exigir do INPE dados mais claros sobre a natureza do desmatamento medido, foi o que bastou para a imprensa tratar o Governo como o chefe do “Exército da Motosserra”. Não se preocupou em ajudar a esclarecer o que é a expansão legal da nossa área agricultável e o que é ação criminosa e predadora contra nossas áreas de preservação. Misturou tudo no mesmo saco, porque o que importa não é a realidade, mas sim o que pode ser usado contra o Governo. A postura do quanto pior melhor é a base da narrativa oposicionista, que não se importa com a realidade nem com a imagem do Brasil, importa tão somente a guerra política, que não cessa com a abertura das urnas e nem respeita os seus resultados.

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